Bem sei que ninguém me perguntou nada, mas já é uma característica que me corre no sangue – dizer o que penso mesmo sem ninguém perguntar ou, provavelmente, querer saber. Apetece-me fazer ao estilo Daniel de Oliveira. Não vou escrever o que dizem os meus olhos – não sairíamos daqui hoje pois depende muito dos dias -, mas vou dizer-vos algumas coisas que gosto e outras que não gosto. Não gosto de gente mentirosa. Não gosto de gente que se acha superior aos outros. Gosto de gente humilde, verdadeira, que se assume como é. Não gosto de gente invejosa. Gosto de pessoas que torcem pelo sucesso dos outros. Não gosto de gente quadrada, chata, cinzenta. Gosto de gente sol, alegre, que pensa fora da caixa. Não gosto que me digam o que fazer, mas tenho por hábito dar ordens. Gosto de ter tudo organizado. Não gosto de desarrumação. Gosto de dançar. Não gosto de estar fechada. Gosto de praia e de campo. Não gosto de barulho mas gosto de ouvir música aos altos berros. Não gosto de gelado de chocolate, mas amo chocolate. Gosto de comer e beber com a família e os amigos. Reclamo sempre pelo trabalho, mas adoro ter a casa cheia.
Não acredito que seja possível sermos só amor, luz, paz e desejar sempre o melhor a todos, mesmo àqueles que nos prejudicam e querem mal. Existem pessoas más, cruéis, mal educadas, sem princípios. E não me venham com a história do coitadinho porque na infância não teve amor. Quantos há que tiveram tudo e são uns merdosos? E quantos há que não tiveram pais, casa, amor, carinho, atenção, que lutaram com doenças, com indiferença, com discriminação, com pobreza, com abuso sexual e mesmo assim são boa pessoas!? Nem sempre aquilo pelo qual passamos é justificativo para ser-se uma má pessoa. Daquelas que só se sentem felizes quando veem os outros a sofrer; daquelas que têm tanta inveja que os olhos até chispam… não. Não me convencem a amar tudo e todos façam eles o que fizerem. Não prejudico ninguém nem me vingo, mas afasto-me e quando é, normalmente, é para sempre. Boazinha tem limites.


