Infância perdida

Atiraste certeiro
Furaste-me os sonhos
Deixaste-me estilhaços no corpo
Cicatrizes na alma
Furtaste a inocência
Deportaste a felicidade
Rasgaste o que tinha de melhor
Foi-se
Perdido para sempre
Sou agora vagabundo neste mundo cego
Rastejo pelas ruas
Farejando pedaço de pão
Carinho e atenção faltam-me
Quando surgem recolho-me
Fecho-me na escuridão
Deves querer algo em troca
Não há amor
Não há compaixão
Mataram-me em vida
E comem-me os restos
Abutres de uma sociedade fantoche
Gananciosos
Podres
Putrefação mundial
Obrigado pelas vossas disputas fúteis
Agora querem o quê?

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