Finjo (não) ver

Finjo não saber

Para não ter de sentir

Prefiro não ver

Para não me incomodar

Fujo de ouvir

Para não me importunar

Escolho viver longe daqui

Mudo-me para outra realidade

Esta é insuportável

Prefiro sonhar

Escolho escrever

E de tudo me abstrair

Nada posso fazer

A verdade magoa

A inércia também

A injustiça impera

E a impotência é mãe

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