Existem livros bons e livros maus?

Artigo escrito para o Repórter Sombra: https://reportersombra.com/existem-livros-bons-e-livros-maus/

A resposta a essa pergunta é subjetiva e depende do ponto de vista de cada leitor. O que pode ser considerado um livro excelente para uma pessoa, pode não ser para outra. Os gostos literários variam enormemente e a qualidade de um livro pode ser avaliada por diversos fatores como a originalidade da trama, o desenvolvimento das personagens, o estilo de escrita e o impacto emocional que causa no leitor.

Além disso, aquilo que funciona bem num determinado país com a sua cultura e hábitos pode não ser interessante de ler para outra pessoa, em outro continente.

Todos nós temos os nossos gostos, baseados no legado dos nossos pais, do nosso país, educadores, amigos e vivências pessoais. Nas viagens que fizemos ou não, daquilo que assistimos, ouvimos, etc. 

É como com a música, dança, pintura e as suas diferentes nuances.

Como em qualquer arte, a escrita vai depender muito de quem a lê, interpreta.

Por exemplo, existem pessoas que adoram descrições pormenorizadas, com detalhes minuciosos, repetições, e outras, como eu, que não têm muita paciência para informações intermináveis sobre tudo e mais alguma coisa. Gosto que a minha imaginação tenha, também, um papel e me leve onde o escritor quer, mas permita que algumas coisas fiquem ao meu critério. Esse é um dos encantos dos livros e a grande diferença entre ler uma história ou vê-la numa tela de cinema ou série de televisão.

Assim como na música, eu gosto de diferentes géneros literários e tenho as minhas preferências, como toda a gente. No entanto, mesmo num tipo que não é o de eleição, existem pontos fundamentais a ter em conta para conseguir continuar a ler ou não um livro.

A comunicação tem de ser eficiente, coerente, sem erros (claro!) e prender-me. Tem de deixar algo por revelar e ir se desenrolando em crescendo, sem denunciar logo a trama ou o final.

Existem livros considerados best-seller e até prémios Nobel, louvados por vários críticos literários, que já li e não achei nada de extraordinário. Outros, menos “famosos” cujo enredo, construção da história e personagens me fizeram querer chegar a casa o quanto antes para o agarrar.

Já li alguns livros cuja história não era espetacular, mas a forma inteligente e cativante como estavam escritos fizeram-me continuar. Alguns parece um sacrifício, como um comprimido que parece que temos de tomar, mas não nos apetece. 

Neste momento, com tantos livros que há, que tenho, e que quero ler, não luto comigo própria para ir até ao fim. Apesar de ser uma pessoa que gosta de terminar aquilo que começa, cada vez me obrigo menos (ou nada) a fazer coisas que me devem proporcionar prazer e não o estão a fazer.

Os livros são, para mim, um prazer, uma viagem, uma paixão, uma família, uma inspiração, um escape, um acolhimento que me proporciona bem-estar e deleite.

A escolha de um livro muitas vezes reflete o nosso estado de espírito ou aquilo que estamos a procurar naquele momento específico. Há dias em que queremos uma leitura leve e engraçada que nos faça esquecer as preocupações do dia a dia. Em outros momentos, procuramos algo mais profundo, que nos faça refletir sobre a vida, as relações humanas e até sobre nós mesmos.

Os livros têm esse poder transformador de nos transportar para outros mundos, de nos colocar na pele de outras pessoas, de nos fazer viver múltiplas vidas. É esse o encanto da leitura, a possibilidade de experimentar o desconhecido, de aprender e de crescer com cada página virada.

Por isso, acredito que, mais do que a escolha de um género ou de um autor específico, o importante é encontrar aquela história que nos cativa e nos faz querer continuar a ler. Aquele livro que, mesmo depois de o terminarmos, permanece connosco, nas nossas memórias e no nosso coração. É essa a verdadeira magia da literatura.

Sejam considerados bons ou maus, o que importa é ler!

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