Escreve

Dezenas de papéis, em vários formatos e texturas, roçavam-lhe a pele nua.

Caligrafia e tinta mudas, em diferentes cores e tamanhos, aderiam-se à pele como tatuagens.

Já não sabia ser sem todos os manuscritos que lhe nasciam e, irreverentes, desarrumavam-na por dentro e por fora.

Pertenciam-lhe, mas não por muito mais. Ganhavam vida e fugiam-lhe. Precisavam voar e correr mundo.

E ela deixou.

Foto por Skitterphoto em pexels abrir-antiguidade-capa-capa-dura-1005324

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