A culpa é do Mercúrio

Há alturas na vida em que parece que nada corre bem ou parece estar simplesmente estagnado como água podre numa poça, que só atrai mosquitagem. Alturas em que tudo nos chateia e em que tudo o que não presta é atraído, qual íman, a nós. Dizem que a culpa é do Mercúrio que está retrógrado. Não sei. Sei que ninguém tem paciência para nos aturar assim, nem nós mesmos! Todos se afastam da água sebosa e nojenta, mas todos têm essas “crises”. Se não têm, não são humanos. Diz-se que quem não sente não é filho de boa gente. Eu sei que sou filha de boa gente e o problema, às vezes, é sentir demasiado. É ver demasiadas notícias, é ficar demasiado tempo fechada em casa, é querer ver a resolução de certas coisas que não dependem de mim. 

Era bom ter sempre palavras bonitas e de incentivo para dizer, sim era. Não seria normal mas é o que se espera. Azar, sou humana. Não tenho sempre textos e poesias de elevação espiritual, de ânimo e confiança. Não tenho sempre um arco-íris pronto a saltar do bolso. Costumo ter. Tipo, 330 dias por ano. Depois, há os outros que escapam. É giro ver quem fica nesses. Mas a culpa não é minha, nem de ninguém. Dizem que é do Mercúrio e que é normal tal acontecer três ou quatro vezes por ano. Dizem que é a altura para desacelerar, para repensar, revisar… Mais ainda Mercúrio?!

(Apesar de ter escrito este texto hoje, hoje foi um dia top👌🏻)

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