Letras a saltar

O lume alto aquecia o chão da panela
Azeite quente começava a ganhar vida
O borbulhar aumentava o volume
A dança estava prestes a começar

O milho deitado
Ansioso aguardava
Bem comportado
Sentia o calor a envolvê-lo
Em breve, juntos
Iam cometer loucuras
Um tiro na tampa anunciava o começo
Depois outro
Outro
E mais outro …
A rajada ganhava forma
Enchia o espaço
Que encolhia e cedia o lugar
A olência envolvia o tempo
Volume que se derramava
Assim que a tampa se ia
As letras saltavam
Doidas para o papel
Soltas atropelavam-se
Caíam aos trambolhões
Sem pedir licença queimavam
Quem lhes tocasse encolhia-se
Sem tempo marcado
Fervilhavam de vida
Energia que
Como por magia
Se convertia
Em noites de poesia

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