“A história deste sítio mágico começa no século XII, altura em que ali existia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Pena. (…)
Mas foi na Sala de Visitas que o fôlego de Ana ganhou outra tonalidade. Esta sala apresenta a única pintura mural com figuração em todo o palácio. Alusiva à arquitetura islâmica, foi comissionada por D. Fernando II ao mestre Paolo Pizzi, em 1854.
Enquanto observava a pintura e o teto, viu um homem que também demonstrava atentado interesse. O sujeito pareceu reparar na presença dela e os dois olharam-se em simultâneo. Os olhos de canela fixaram-se no verde cristalino que contrastava com a tez morena dele. Durante uns segundos, Ana ficou sem respirar e sentiu-se a corar, devido ao magnetismo incapaz de quebrar. Acabaram por sorrir envergonhadamente e continuaram a sua atenção histórica. A partir daí, menos concentrados nos diversos aposentos e mais na curiosidade que cada um suscitava no outro.”
Um bocadinho do meu livro Sete O Princípio, onde Sintra tem um papel fundamental.