
Chegas
Não dizes nada
O teu olhar diz tudo
– Queima
Puxas-me
bruscamente
Sem som
Beijas-me
até que eu
solte um gemido
Apertas-me
contra o peito
Sinto o teu perfume
Inebria-me mais
Despes-me
sofregamente
Com os olhos
Com os dedos
Com as mãos
Arrancas tudo
que se interponha
entre nós
Absorvo o teu calor
contra os seios e
a tua rigidez
Arrepias-me
o pescoço
com beijos afogueados
Atiras-me
Atiras-te
Desces
Ficas a
banquetear-te
Agora
sem pressa
Contorço-me
em descargas
Satisfeito vens
Soltas a língua na minha
Saboreamo-nos
E sem nada dizeres
Olhas-me nos olhos
Entras sem pedir licença
Não precisas
És o dono da casa
A porta está aberta
Espera
ansiosa
por ti